FABACEAE

Tachigali rugosa (Mart. ex Benth.) Zarucchi & Pipoly

NT

EOO:

762.798,136 Km2

AOO:

428,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), ocorre nos estados da BAHIA, municípios de Andaraí (Hatschbach 48338), Barra da Choca (Pinheiro 2213), Canavieiras (Matos 2330), Elísio Medrado (Cardoso 2268), Encruzilhada (Hatschbach 50167), Ibicoara (Passos 323), Jussiape (Araújo 151), Morro do Chapéu (Lima 7889), Mucugê (Araújo 188), Nilo Peçanha (Queiroz 16159), Planalto (Fernandes 147), Rio de Contas (Nascimento 616), Santana do Riacho (Giulietti 9765), Seabra (Irwin 31036), Vereda (Santos 2419), Wagner (Orlandi 779); ESPÍRITO SANTO, municípios de Baixo Guandu (Luz 47), Domingos Martins (Hatschbach 59747), Guaçuí (Curto 180), Linhares (Folli 2195), Santa Teresa (Silva 110), Venda Nova do Imigrante (Hatschbach 71467); MINAS GERAIS, municípios de Araponga (Fernandes 381), Barroso (Assis 360), Belo Horizonte (Evangelista 594), Bocaina de Minas (Silva 121), Caratinga (Mendonça 301), Carrancas (Kinoshita 307), Catas Altas (lima 8240), Conceição do Mato Dentro (Soares 109), Coromandel (Filgueiras 1321), Descoberto (Castro 558), Diamantina (Prance 1646), Espera Feliz (Leoni 7560),Formiga (Ribeiro 6), Itambé do Mato Dentro (Santos 406), Itacambira (Tameirão 4230), Itamonte (Lima 7688), Juiz de Fora (Pifano 163), Lagoa Dourada (Sobral 13410), Mariana (Faria 2534), Marliéria (Bosquetti 33), Mercês (Barreto 179), Nova Lima (Andrade s.n.), Nova Resende (Lorenzi 220), Ouro Preto (Riedel 2919), Passa Quatro (Meireles 1865), Ribeirão do Largo (Siqueira 916), Santa Barbara (Lima 8233), Santo Antonio do Rio Abaixo (Saddi 830), São Gonçalo do Rio Preto (Foresto 347), São Tiago (Gomes s.n.), São Thomé das Letras (Farney 1065), Serra Azul de Minas (Menandro 134), Serro (Irwin 20912), Unaí (Brina s.n.), Viçosa (Kuhlmann s.n.); RIO DE JANEIRO, municípios Guapimirim (Lima6397), Itaboraí (Lima 7412), Itatiaia (Silva Neto 322), Nova Friburgo (Correia 30), Santa Maria Madalena (Lima 3052), Teresópolis (Ribeiro 1090), Valença (Baez 1656); SÃO PAULO, MUNICÍPIO DE São José do Barreiro (Serafim 37),

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Marta Moraes
Categoria: NT
Justificativa:

Árvore de até 26 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Popularmente conhecida por jataíba, ingá-preto e caingá-arapaçu, entre outros, foi documentada em Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila associadas a Mata Atlântica nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Apresenta distribuição ampla, EOO=644950 km², frequência constante em herbários e está presente em diversas Unidades de Conservação de proteção integral. Entretanto, a espécie é retirada da natureza para uso local pela sua madeira (Tropical Plant Database, 2019). Apesar disso, apresenta subpopulações aparentemente abundantes e com capacidade de regeneração (Freitas, 2010; Morim e Barroso, 2007; Silva, 2007). Neste contexto, sabe-se que perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica, onde estima-se que restem entre 11,4% a 16% da vegetação original, onde 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Ainda, os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). O fato da espécie ser usada pela indústria madeireira pode vir a configurar uma ameaça caso o manejo da espécie e o monitoramento não estejam sendo feitos de maneira eficaz. Ainda, ocorre em algumas localidades bastante afetadas pela ação humana, podendo, portanto, vir a ser ameaçada de extinção em um futuro próximo. De acordo com o especialista L.J.T. Cardoso (com. pess., 2019), a espécie sofre intensamente com a ampliação da incidência de fogo nas fitofisionomias em que ocorre. Diante desse cenário, portanto, a espécie foi considerada "Quase ameaçada" (NT) de extinção novamente. Sua ocorrência em áreas degradadas poderá causar declínio de habitat ou populacional em futuro próximo, diminuindo o número de situações de ameaça para menos de 10, caso as ameaças não sejam controladas, transferindo a espécie para a categoria "Vulnerável" (VU). Recomenda-se ações de pesquisa (censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois uma extinção local poderá ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para a implementação de Planos de Ação Nacional (PAN) em territórios situados ao longo da distribuição conhecida de T. rugosa.

Último avistamento: 2018
Quantidade de locations: 15
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido
Razão para reavaliação? Other
Justificativa para reavaliação:

A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Quase Ameaçada" (NT) na Portaria 443 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação re- acessado após 5 anos da última avaliação.

Houve mudança de categoria: Não
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2012 NT

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em 1850 como Sclerolobium rugosum, foi combinada como Tachigali rugosa em: Sida 16(3): 411. 1995 (Silva, 2007). Nomes populares: "jataíba" (Freitas, 2010), "ingá-preto" (Foresto, 2008), e "caingá-arapaçu", "caingá-preto" (RJ); "carvoeiro" (ES); "ingá-pedra" (MG, RJ); "angá", "ingá-do-cerrado" "camboatá", "canela-de-veado" (MG); "ingá-uçu", "ingazeira-brava" e "mamoneira" (BA) (Silva, 2007).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: A espécie é retirada da natureza para uso local pela sua madeira. Pode ser usada para restauração. Muito ornamental quando em flor, proporciona boa sombra, podendo ser usada em paisagismo (Tropical Plants Database, 2019).

População:

Detalhes: Apresentou três indivíduos em Atibaia e um em Mascote, SP (Freitas, 2010). Frequente na porção oeste e leste da Serra do Cipó (Santos, 2009). Foram coletados cinco indivíduos, com altura máxima de 18 metros no distrito de Santana do Rio Preto, em Itambém do Mato Dentro, MG (Santos, 2009). Freqüente no Rio de Janeiro em áreas de Floresta Ombrófila Densa, desde Terras Baixas até Montanas, raro em Altomontanas (Silva, 2007). No PARNA Itatiaia é frequente no trecho de mata montana, 1.450 a 1.900 m de altitude, no caminho para Macieiras (Morim; Barroso, 2007). Foram coletados dois indivíduos no interior da mata da Reserva Biológica Municipal Santa Cândida, Juiz de Fora, MG (Garcia, 2007). Foram amostrados 14 indivíduos na Estação Biológica de Caratinga, MG (Silva, 1993). Foram amostrados 56 indivíduos no Parque Ecológico do Rio Bonito, Lavras, MG (Dalanesi et al., 2004), sendo uma espécie com valor de importância significativo. Foram amostrados 19 indivíduos com CAP maior que 15,5 na Mata do Galego, em Luminárias, MG (Rodrigues et al., 2003). Foram amostrados 26 indivíduos na Mata da Cachoeira do Rio Grande, Bocaina de Minas, MG (Carvalho et al., 2005). Foram amostrados 24 indivíduos em uma floresta de galeria no município de Carbonita, MG (Batista, 2007).Foram amostrados cinco indivíduos em trechos de mata após 15 anos de corte, e dois indivíduos em trechos após 40 anos de corte, em Itambé do Mato Dentro, MG (Oliveira Filho et al., 2004).
Referências:
  1. Freitas, H. S., 2010. Caracterização florística e estrutural do componente arbóreo de três fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual da região leste do Vale do Paraíba ? SP. Dissertação de Mestrado. São Paulo, SP: Universidade de São Paulo, 2010.
  2. Morim, M., Barroso, G., 2007. Leguminosae arbustivas e arbóreas da floresta atlântica do Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil: subfamílias Caesalpinioideae e Mimosoideae. Rodriguésia, v. 58, n. 2, p. 423-468, 2007.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Densa Submontana
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest, 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvore de 26 m de altura (Lima 3052), que habita a Mata Atlântica, na Floresta Estacional Semidecidual e na Floresta Ombrófila (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).
Referências:
  1. Fabaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB100912>. Acesso em: 27 Jun. 2019

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future regional high
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001).
Referências:
  1. Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), 2001. Atlantic Forest Biodiversity Hotspot, Brazil. Ecosystem Profiles. https://www.cepf.net/sites/default/files/atlantic-forest-ecosystem-profile-2001-english.pdf (acesso em 31 de agosto 2018).
  2. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity habitat present regional high
De acordo com o especialista L.J.T. Cardoso (com. pess., 2019), a espécie sofre intensamente com a ampliação da incidência de fogo nas florestas estacionais e cerrados.

Ações de conservação (4):

Ação Situação
5.1.3 Sub-national level on going
Considerada "Em Perigo" (EN) pela Lista vermelha da flora do Espírito Santo (Simonelli; Fraga, 2007). A espécie foi avaliada como "Quase ameaçada" (NT) pelo CNCFlora em 2013.
Referências:
  1. Simonelli, M., Fraga, C.N. (ORG.), 2007. Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo, IPEMA, Vitória.
  2. CNCFlora. Tachigali rugosa - in Lista Vermelha da flora brasileira Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/ Tachigali rugosa>.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional (Pougy et al., 2015).
Referências:
  1. Pougy, N., Verdi, M., Martins, E., Loyola, R., Martinelli, G. (Orgs.), 2015. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional. CNCFlora : Jardim Botânico do Rio de Janeiro : Laboratório de Biogeografia da Conservação : Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 100 p.
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada na ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL CACHOEIRA DAS ANDORINHAS (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE ENGENHEIRO PASSOS APAEP (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE MACAÉ DE CIMA (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MORRO DA PEDREIRA (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL SERRA DA MANTIQUEIRA (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL SERRA DO BARBADO (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL SUL-RMBH (US), ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TRIPUÍ (PI), MONUMENTO NATURAL ESTADUAL DE ITATIAIA (PI), PARQUE ESTADUAL DA PEDRA SELADA (PI), PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA CONCÓRDIA (PI), PARQUE ESTADUAL DO DESENGANO (PI), PARQUE ESTADUAL DO ITACOLOMI (PI), PARQUE ESTADUAL DO RIO DOCE (PI), PARQUE ESTADUAL RIO PRETO (PI), PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DIAMANTINA (PI), PARQUE NACIONAL DA SERRA DA CIPÓ (PI), PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA (PI), PARQUE NATURAL MUNICIPAL DAS ANDORINHAS (PI), APA SÃO THOMÉ (US), PARQUE ESTADUAL SERRA DO BRIGADEIRO (PI), PARQUE NACIONAL DA SERRA DOS ÓRGÃOS (PI), ESTAÇÃO BIOLÓGICA DE CARATINGA (PI), RESERVA BIOLÓGICA MATA DO JAMBEIRO (PI), RESERVA NATURAL DA CVRD (PI) e ESTAÇÃO BIOLÓGICA DE SANTA LÚCIA (PI).
Ação Situação
5 Law & policy on going
Território São João del Rei - TER29, Território Centro Minas - TER10, Território Espírito Santo –TER33, Território Itororó - TER35, Território Milagres – TER39, Território Mucugê - TER40 e Território Formosa - TER09.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
9. Construction/structural materials natural stalk
Madeira de textura média, moderadamente pesada, dura, com boas propriedades mecânicas e bastante durável. É usada localmente na construção e para dormentes, pontes e cercas, postes e esteios​. Também usada para fazer carvão (Tropical Plants Database, 2019). ]. ].
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2019. Ken Fern. http://tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Tachigali+rugosa (acesso em 27 jun 2019)